Entre Os Atletas E Capital, Nuzman Fica Com Os Políticos.

Está claríssimo que a comunidade esportiva do Rio, apoiada por importantes pessoas foramadoras de opinião, não desejam que a pista de atletismo Célio de Barros e a piscina Júlio Delamare sejam destruídas para dar lugar a um estacionamento.

Atletas e pessoas do esporte não têm tido medo de soltar a voz para contrariar os interesses financeiros contrários ao esporte e dos políticos, que insistem em cometer o crime de eliminar da paisagem do Rio dois marcos do nosso esporte que são importantes não somente pela história que têm, mas por ser um dos poucos lugares aonde jovens podem iniciar-se no atletismo e nos desportos aquáticos.

Do Governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, não se pode esperar nada de bom. Trata-se de um fanfarrão que não consegue explicar com que recursos comprou sua mansão em Mangaratiba, nem como paga por outros luxos incompatíveis com seu salário de político.

O que é estarrecedor é o continuado silêncio de Carlos Nuzman sobre a demolição do Célio de Barros e do Júlio Delamare. Nuzman, que deveria ser a voz em defesa do esporte olímpico do Brasil, acovarda-se mais uma vez e vai na contra mão do anseio dos atletas.

 O presidente do COB tem o dever de ser o eco do desejo da nossa classe esportiva. Deveria dar declarações enérgicas contra a destruição desses complexos desportivos e engrossar o movimento de técnicos e atletas. Nuzman não tem o direito de ser equidistante, dar de ombros e fingir que, olimpicamente, não tem nada com isso.

Nuzman curva-se diante do poder do capital e da política. Isso mostra que ele não tem estofo para ser presidente do COB. Nuzman foi voraz contra a Unicamp, que realizou a Olimpíada de História, não se importando em fazer, publicamente, papel ridículo.

A mesma energia Nuzman não tem para, em nome do esporte brasileiro, dizer um sonoro não à demolição de praças desportivas importantes.
Nuzman é dissociado da vontade dos atletas e da sociedade carioca.

 Realmente, como o próprio disse à revista Veja, tem um perfil único.
 Tão único que passa longe daquilo que minimamente espera-se de um presidente de Comitê Olímpico.