Praiagrandeense conquista medalha de prata em Brasileiro de Aletismo

Luis Gustavo Aguiar da Silva ficou em segundo lugar no lançamento de martelo. Competição foi realizada em Maringá, no Paraná

Luis Gustavo Aguiar Lançamento Martelo praia grande (Foto: Alexandra Giulietti / Prefeitura de Praia Grande)

O atleta Luis Gustavo Aguiar da Silva, de Praia Grande, conquistou a medalha de prata, no Campeonato Brasileiro de Atletismo, categoria menor (16 e 17 anos). A competição foi realizada no último final de semana, em Maringá, no Paraná.

Representando a seleção paulista, o praiagrandeense conquistou o segundo lugar na prova do lançamento de martelo. Silva atingiu a marca de 59m80cm, ficando a 62 centímetros do primeiro lugar, obtido pelo paranaense Rodrigo Augusto Xavier. Mesmo sem o ouro, ele ficou satisfeito com o resultado.
- Consegui a melhor marca da minha vida, superando em mais de dois centímetros a que havia feito no Campeonato Paulista, em setembro. Estou muito feliz.

O resultado qualificou Luis Gustavo para disputar o Campeonato Sul-Americano de Menores marcado para os dias 28 e 29 deste mês, em Mendonza, na Argentina. O atleta se mostrou motivado com o próximo desafio.

- Agradeço o apoio que tenho do Centro de Excelência Esportiva da Baixada Santista, assim como de todos aqueles que confiam no meu trabalho e estão sempre me incentivando. Agora é arrumar as malas e ir buscar uma medalha no país vizinho.

Em setembro, o praiagrandeense sagrou-se campeão paulista do martelo, com a marca de 57m73cm. Além disso, ele conquistou medalha de bronze na final estadual dos Jogos Abertos da Juventude e foi quarto colocado nos Jogos Regionais (competição adulta).

Lendas do salto em altura feminino entram para o Hall da Fama da Iaaf

Campeãs mundiais e olímpicas, Iolanda Balas e Stefka Kostadinova entram em lista de 24 atletas eternizados pela Federação Internacional de Atletismo

atletismop salto em altura Stefka Kostadinova bulgária IAAF premiação de gala 2006  (Foto: Agência Getty Images)
Búlgara Stefka Kostadinova é detentora do recorde
mundial do salto em altura

Duas lendas do salto em altura feminino completaram a lista de 24 atletas eternizados no Hall da Fama da Federação Internacional de Atletismo (Iaaf, na sigla em inglês), criado como parte das celebrações pelo centenário da entidade. Ex e atual recordistas mundiais, a romena Iolanda Balas e a búlgara Stefka Kostadinova aumentam para cinco o número de mulheres homenageadas.

- Estou encantado que expoentes tão importantes do salto em altura se juntem aos membros inaugurais do Hall da Fama da Iaaf. Ambas deixaram uma marca na história do esporte, popularizando uma modalidade que mistura força e um voo gracioso. A incrível década de vitórias de Iolanda e o recorde ainda vigente de Stefka são exemplos do status de lendas que elas alcançaram – disse o presidente da entidade, Lamine Diack.

Iolanda quebrou o recorde mundial pela primeira vez com 19 anos, saltando 1,75m. Em 1957, a romena iniciou uma série de 140 conquistas. Durante a década de vitórias, aumentaria a maior marca da história em outras 13 oportunidades, sagrando-se campeã olímpica em 1960 e 1964. Seu último recorde foi 1,91m e durou até 1971.

Stefka Kostadinova sagrou-se campeã mundial indoor pela primeira vez aos 19 anos, em 1985. No mundial outdoor de dois anos depois, em duelo com a ex-recordista mundial Tamara Bykova, a búlgara atingiu a marca de 2,09m em sua segunda tentativa. O recorde não foi superado desde então. Em 1995, apenas alguns meses após dar a luz ao filho Nikolay, Stefka sagrou-se campeã mundial e, no ano seguinte, medalhista de ouro nos Jogos de Atlanta. No currículo, a europeia soma cinco títulos em mundiais indoor.

atletismop salto em altura Stefka Kostadinova bulgária IAAF Berlin Grand Prix 1996 (Foto: Agência Getty Images)
Stefka Kostadinova em ação em 1996, ano em que sagrou-se campeã olímpica

Brasil é representado por Adhemar Ferreira da Silva

Adhemar Ferreira da Silva é o único representante do Brasil no Hall da Fama da Iaaf. O atleta, falecido em 2001, nasceu em 1927 e foi o primeiro bicampeão olímpico do país. No salto triplo, o paulista conquistou o ouro nos Jogos de Helsinque, na Finlândia, em 1952, e Melbourne, na Austrália, em 1956. Em Jogos Pan-Americanos, foi tricampeão: ouro em Buenos Aires (1951), Cidade do México (1955) e Chicago (1959). Na competição mexicana,o triplista fez a melhor marca da carreira e quebrou o recorde mundial na modalidade pela quinta vez. Na ocasião, saltou 16,56m.

Para fazer parte do selecionado, era necessário ter conquistado pelo menos duas medalhas olímpicas ou de campeonatos mundiais, além de ter batido, pelo menos uma vez um recorde mundial, além de ser aposentado há no mínimo dez anos. Além do brasileiro, Jesse Owens, Carl Lewis, Fanny Blankers-Koen, Abebe Bikila, Paavo Nurmi, Emil Zatopek, Al Oerter, Ed Moses, Betty Cuthbert, Jackie Joyner-Kersee e Wang Junxia formaram a lista inicial de homenageados, que hoje já conta com 24 nomes.


Zequinha Barbosa: realidade do atletismo ainda é muito difícil 

“Eu digo que o atletismo ou esporte em geral têm de estar a onde a criança está. A criança está na escola e é lá que atletismo tem de estar. Porque sem matéria prima não temos talentos, sem talentos não temos resultados e sem resultado não temos medalhas”

Um dos grandes meio-fundistas do Brasil – bronze nos 800m no Mundial de Roma, 1987, e prata na mesma prova, em Tóquio, 1991 –   Zequinha Barbosa está “preocupado” com os rumos do atletismo brasileiro.
Junto com Joaquim Cruz (ouro em Los Angeles, 1984) e Agberto Guimarães, todos treinados por Luiz Alberto de Oliveira, Zequinha lamenta que sua geração não tenha inspirado novos competidores do atletismo. Em olimpíadas, ele esteve em duas finais: foi sexto nos Jogos de Seul, 1988, e quarto em Barcelona, em 1992.
Livre de uma acusação de assédio sexual  - foi absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça –  Zequinha deu novos rumos à sua vida de desportista: voltou para os Estados Unidos, onde fez boa parte de sua carreira de profissional, numa  época de escassez de recursos financeiros no Brasil, sem Bolsa-Atleta ou Lei de Incentivo ao Esporte.
Pior para o Brasil, que perdeu com a experiência desse potencial para a formação de novas equipes. Joaquim Cruz continua morando nos Estados Unidos, onde também é técnico. Agberto trabalha no Comitê Olímpico Brasileiro, e apenas Luiz Alberto continua ligado ao atletismo brasileiro, dirigindo o Centro de Treinamento de Uberlândia (MG).

Você está na Califórnia há três anos. Por que essa opção de voltar aos Estados Unidos?
Zequinha – Voltei para os Estados Unidos em  fevereiro de 2009, convidado por Leandrinho, atleta da NBA (Phoenix Suns, 2008/2010), para desenvolver junto a ele uma preparação física diferenciada. Trabalhei dois anos como condicionador físico dele. Morar novamente nos Estados Unidos significou para mim, em primeiro lugar, uma oportunidade profissional diferenciada, dado à minha formação em educação física e a experiência como atleta olímpico, além de poder ficar perto de minhas filhas. Na verdade, não foi ofertado a mim oportunidade de trabalho no Brasil que pudesse fazer frente à experiência acumulada durante minha vida no esporte.

Atualmente, qual a sua atividade?
Hoje eu sou técnico de atletismo e cross country em uma escola do ensino médio. Também sou assistente técnico de cross countryem Junior College(faculdade)em San Diego(Califórnia). Atuo também como técnico de atletismo no alto rendimento e condicionador físico para atletas de alto nível em várias modalidades de esportes (atletismo, futebol, basquete, basebol, futebol americano, tênis e triatlo).

Você tem duas medalhas em campeonatos mundiais. Mas não tivemos seguidores de destaque nessa prova, que teve Joaquim Cruz como expoente. Por que?
Zequinha - Sinceramente acho que eu, Joaquim, o Agberto Guimarães e o Luiz Alberto (técnico) deveríamos ter unido forças para criar uma escola de meio fundo brasileira. Não somos azarões ou iluminados. Simplesmente desenvolvemos novos métodos e trabalhos sérios. Como acontece em países como o Quênia, Jamaica etc, seus atletas voltam para seus países de origem com o knowhow adquirido no exterior e desenvolvem um trabalho em conjunto para a evolução da modalidade e do atletismo nacional. No nosso caso, sem um projeto coletivo nacional, cada um seguiu seu destino. Acredito que isso não foi produtivo e serviu para que houvesse seguidores do meio fundo no Brasil.
 Qual a sua avaliação sobre o atletismo brasileiro na atualidade?

Zequinha - Há tempos ando um tanto preocupado com os rumos do atletismo no Brasil. Preocupação essa oriunda do amor que tenho pelo esporte, o que muito me orgulha. Como atleta que participou de quatro olimpíadas e, num tempo em que tudo era muito diferente, desde a medicina esportiva até o relacionamento com o patrocinador, percebo que as melhorias dos tempos atuais e o espelho e incentivo da minha geração não estão resultando em desempenhos significativos nos dias atuais. Por parte dos atletas é necessário a consciência de que é preciso manter-se bem fisicamente, sem extravagâncias, comprometimento com plano estabelecido pelo treinador, zelar pelo bem-estar da equipe, evitando qualquer tipo de picuinha ou desgaste desnecessário. Vida de atleta se faz principalmente fora dos holofotes.  Atletas, não se contentem apenas com índices para viagens. Façam o melhor, façam história.

Você acredita q e poderemos ter uma equipe mais competitiva para os Jogos 2016, apesar de não termos muitas promessas juvenis?
Zequinha – Acreditar eu sempre acredito. Agora na nossa realidade isso está muito difícil. Primeiro, há quatro anos já deveríamos termos feito um planejamento para atletismo nacional para que pudéssemos mudar ou dar um rumo a ele, levando para um nível ainda mais alto que na nossa época. Um atleta olímpico leva no mínimo oito anos para ser formado. Estamos a quatro anos dos Jogos Olímpicos do Rio. Sem falar que as promessas para o atletismo ainda são muito poucas e falta tempo hábil para esses atletas brilharem na Olimpíada de 2016.

O que fazer para mudar essa realidade?
Acho que muitas coisas devem e poder ser feitas no Brasil para que possamos nos tornar uma nação olímpica. “Todo artista tem de estar a onde o povo esta”, diz o poeta-cantor Milton Nascimento. Eu digo o atletismo ou esporte em geral, tem de estar a onde a criança está. A criança está na escola e é lá que atletismo tem de estar. Porque, sem matéria prima não temos talentos, sem talentos não temos resultados e sem resultado não temos medalhas.

Feito de João Carlos de Oliveira completa 37 anos

Fonte: CBAt
Há exatos 37 anos, o brasileiro João Carlos de Oliveira, o João do Paulo, registrava uma façanha memorável: nos Jogos Pan-Americanos de 1975, na Cidade do México, ele entrou para a história ao quebrar o recorde mundial do salto triplo, com a marca de 17,89 m.

Paulista de Pindamonhangaba, João Carlos surpreendeu muita gente naquele 15 de outubro de 1975, mas os que trabalhavam no esporte ou observavam a cena atlética nacional conheciam seu grande potencial. Tanto assim, que, na mesma competição, ganharia ouro também no salto em distância (fato repetido quatro anos depois no PAN de San Juan, em Porto Rico).

O recorde mundial de João do Paulo só foi batido em junho de 1985, quando o norte-americano Willie Banks alcançou a marca de 19,97 m, em Indianápolis (USA). Como recorde sul-americano, seu resultado vigorou por quase 32 anos, até maio de 2007, quando Jadel Gregório saltou 17,90 m no GP Brasil Caixa, em Belém.

João Carlos ganhou ainda as medalhas de bronze nas Olimpíadas de Montreal 1976 e de Moscou 1980. Em 1977, 1979 e 1981 foi campeão do triplo na Copa do Mundo de Atletismo, realizada, pela ordem, nas cidades de Dusseldorf, Montreal e Roma.

Em 1981, João Carlos sofreu um acidente de carro que levou, no ano seguinte, à amputação de sua perna direita e ao fim, precoce, de uma das mais brilhantes carreiras do triplo mundial. Em 1999, sofreu uma infecção pulmonar. Morreu em 29 de maio, um dia após completar 45 anos.