Curso técnico em esporte de SP ficará restrito a organização esportiva
No início de abril, o Sistema CONFEF/CREFs tomou conhecimento que o Governo do Estado de São Paulo estava abrindo uma formação técnica em Esportes, por meio do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, com o objetivo de formar técnicos para atuar na área do Profissional de Educação Física.
Desde então, o CREF4/SP e o CONFEF participaram de reuniões para discutir a questão com a diretora superintendente do Centro Paula Souza, Laura Laganá e com o secretário de Esportes do Estado de São Paulo, José Benedito Pereira Fernandes. Em agosto, a diretora da instituição apresentou uma proposta de mudança do curso para técnico em organização esportiva, sem ter como objetivo a prescrição e a orientação de atividades físico-desportivas. Segundo os esclarecimentos prestados pela diretoria, o Centro tem como objetivo formar profissionais para atenderem a demanda proveniente dos megaeventos que estão por vir ao país, Olimpíadas e Copa do Mundo.
Outras reuniões serão realizadas para a apresentação de nova proposta e discussão sobre a utilização do termo “técnico”, visto que outras funções dentro da área esportiva recebem essa denominação.


Entidades esportivas discutem o plano Brasil Medalhas 2016  

O Ministério do Esporte promoveu reunião com representantes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e de 25 confederações esportivas das modalidades olímpicas para discutir a aplicação do Plano Brasil Medalhas 2016, lançado pelo governo federal, com o objetivo de colocar o Brasil entre as 10 potências olímpicas e as cinco paraolímpicas a partir dos Jogos Rio 2016. Também participou da reunião Erick Amorim, da Subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil da Presidência da República.

Nesta primeira reunião de trabalho depois do lançamento das medidas, os dirigentes esportivos conheceram as diretrizes técnicas do ministério para o plano e opinaram sobre os procedimentos de apresentação dos projetos de cada modalidade.

Na abertura dos trabalhos, o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, esclareceu o papel de cada parte (atletas, entidades, Ministério e empresas estatais) na execução do plano. “Com a escolha do país como sede dos Jogos Olímpicos, mudou a percepção do governo e da sociedade sobre o esporte. Nunca tivemos uma oportunidade tão boa no setor como agora. Temos o governo federal comprometido e empenhado em garantir as melhores condições possíveis aos atletas, governadores e prefeitos querendo investir, as empresas estatais pretendendo ampliar seu apoio, e o setor privado, com a Lei de Incentivo ao Esporte, também interessado em se fazer presente neste momento único”, lembrou Ricardo Leyser.

O secretário disse que a sistemática da destinação dos recursos será dinâmica, assim como o próprio esporte. “A oportunidade está aberta a todas as modalidades. Temos o critério técnico-esportivo como base para a inclusão de modalidades no plano, e vamos partilhar a definição de outros requisitos com o COB, confederações e empresas estatais. Se surgirem revelações em modalidades que hoje não estão contempladas, iremos analisar cada caso, sempre com a perspectiva de acolher – e não excluir – oportunidades de medalhas em 2016. Os dirigentes não precisam ficar preocupados com o quadro atual de esportes contemplados no plano. Sabemos da probabilidade de, em 2015, muita coisa ser diferente do que apresentamos agora. Por isso, o plano é dinâmico e revela uma fotografia de momento”, lembrou.
 
Governança

Ao afirmar que “o país não aceita mais a posição em que estamos, exige um salto no desempenho”, Leyser resumiu que “é necessário atingir outro patamar no cenário esportivo mundial”. Para ele, “isso requer mais ambição das lideranças, metas mais audaciosas. Essa nova realidade precisa ser compreendida por todo o segmento. As facilidades de financiamento que temos hoje nos colocam desafios. O apoio do governo e o entusiasmo da opinião pública também implicam cobranças”. E acrescentou: “isso vai ser bom se tivermos projetos, planejamento e unidade entre o governo federal, o COB, as confederações, as federações, prefeituras e estados.”

Essa cobrança se aplica à gestão das entidades como um todo, entende o secretário. “Da governança ao resultado esportivo, passando pelo desenvolvimento da base, a busca de patrocínio, tudo precisa ser bem planejado e bem executado”. Sempre frisando que, embora o setor tenha bons exemplos de gestão eficiente, ele argumentou que “o modelo de gestão, de um modo geral, tem de ser o mais próximo da profissionalização. O próprio segmento pode tomar a dianteira e demonstrar seu interesse em abrir-se para novas práticas, exercitar a alternância de poder, buscar a transparência, a modernização e a democratização da administração”, afirmou.

Plano

O Plano Brasil Medalhas 2016 é um aporte de R$ 1 bilhão a mais de investimentos públicos federais no esporte olímpico e paraolímpico entre 2013 e 2016. Desse montante, dois terços virão do Orçamento Geral da União (OGU) e um terço de investimento de empresas estatais. Esses recursos são novos em relação ao orçamento usual do Ministério do Esporte para o alto rendimento e a fontes de financiamento como a Lei Agnelo/Piva e a Lei de Incentivo ao Esporte.

Até o final do ano, o Ministério tem um calendário de novas conversações com as entidades e as empresas estatais para definir cada projeto e os critérios de acesso e de financiamento de ações como Bolsa Atleta Pódio, bolsa técnico, equipe multidisciplinar, aquisição de materiais, construção e reforma de centros de treinamento, participação em competições e programas de treinamentos, entre outras.