Presidência da Confederação Brasileira de Atletismo comenta sobre o blog

A respeito de afirmações feitas por um Blog, o Presidente da CBAt faz as seguintes observações:

1. Anos atrás, tornei público que não mais concorreria à Presidência da CBAt. Convidei, então, o Vice-Presidente Nelson Prudêncio para ser candidato à sucessão. Depois de conversar várias vezes com ele, o Professor Nelson, na presença do Jornalista Benê Turco, do Presidente da Federação Pernambucana, Warlindo Carneiro da Silva Jr., e do Presidente da ABRAFITE, Dr. Geraldo de Andrade Ribeiro Jr., explicou que não poderia aceitar a indicação, em virtude de seus compromissos acadêmicos.

É uma pena. Era uma escolha natural, pois é o atual Vice-Presidente. Seria excelente Presidente e o segundo medalhista olímpico a assumir a direção de uma Confederação desportiva no país, em todos os tempos, como lhe disse. Nelson Prudêncio tem perfil para assumir qualquer cargo diretivo, ligado ao desporto e a várias outras atividades. Uma afirmativa diferente é um acinte a ele e atribuí-la a mim uma inverdade.

2. Consultando posteriormente vários Presidentes de Federações e Clubes, treinadores e atletas, o nome do Professor José Antônio Fernandes, Presidente da Federação Paulista, parece ser o preferido para assumir um futuro mandato à frente da CBAt. Considero-o excelente candidato. Quem quiser se apresentar como alternativa, que submeta seu nome à apreciação da Assembléia eletiva.

3. Quanto a mudanças estatutárias, até dois anos atrás, as eleições dos dirigentes da CBAt eram realizadas um ano antes da posse. Houve alteração para que eleição e posse fossem simultâneas. O retorno à situação anterior foi estudado pela Comissão de Mudança de Estatuto, que preferiu não apresentar qualquer sugestão à próxima Assembléia Geral.

É questão que merece discussão. Por um lado, permitiria uma transição mais fácil para os novos mandatários, que poderiam entender melhor os mecanismos de funcionamento da Confederação e, no caso concreto, em razão dos Jogos Olímpicos no Rio em 2016, ganhar tempo para delinear os seus projetos. Por outro, poderia criar certa duplicidade de comando, senão agora, em ocasiões futuras. No meu entendimento pessoal hoje, é melhor que eleição e posse sejam simultâneas.

De qualquer forma, como se falar em mandato tampão? As eleições têm de se realizar naturalmente e de maneira democrática, com tempo hábil pra apresentação de quaisquer postulantes. Qual é a sugestão que pode ser apresentada à Assembléia Geral, diferente dessas duas hipóteses? De qualquer maneira, o Poder máximo da Entidade decidirá. Onde há um golpe?

4. Jamais me referi a ninguém como "jornalistinha de Brasília". Por que o faria? Posso discordar, parcial ou inteiramente, de alguém, mas não vejo razão para o desmerecimento gratuito ou a ofensa. A nada levam. Estranho que pessoa que o blogueiro, que me conheceu bem, e que teve vários contatos comigo, me chame de espertalhão ou fujão. Não o sou, pense o blogueiro o que quiser.

5. Quanto a futuras acusações de irresponsável por fracassos técnicos de equipes de Atletismo, durante todos os anos de minha administração, sempre procurei atender às solicitações de treinadores e atletas e dar-lhes as melhores condições possíveis. Eles são os mais indicados para julgar o que foi feito. No nosso site, passarão a ser divulgados, em coluna especial, os números do Atletismo do Brasil, de antes e de agora.

6. Atualmente, existem três Centros de Treinamento de Alto Nível funcionando no País. Em Uberlândia, sob o comando de Luiz Alberto de Oliveira, Justo Navarro e outros treinadores cubanos. Em São Paulo, com Nélio e Tânia Moura. E em Fortaleza, com vários técnicos brasileiros e cubanos.

No Rio, está sendo implantado novo Centro, administrado por Pedro Ferreira Filho, campeão pan-americano do decatlo. Nesta semana, o cubano Julian Mejias passa a trabalhar lá, ao lado de excelentes profissionais da Marinha do Brasil. E brevemente dois treinadores ucranianos virão se somar a eles.

7. Minha mulher não é paga pela CBAt. Desde os longos anos em que a Confederação não tinha qualquer patrocínio e sobrevivia graças a recursos meus e de familiares, além do apoio de amigos, ela sempre ajudou, assim como várias outras pessoas, em cargos de Diretores. Essas funções não são remuneradas e não é fácil encontrar voluntários para o trabalho. Quantas e quantas vezes, faltou à CBAt apoio financeiro. Nessas horas, poucos ficam para colaborar.

Um filho meu trabalhou na Confederação. Atletas, treinadores e dirigentes podem dar um depoimento sobre a sua passagem na CBAt. Em novembro do ano passado, pediu para sair. Ganha bem mais e já havia recusado outras ofertas.

8. Todos os recursos recebidos pela CBAt são aplicados conforme os programas estabelecidos pelo Fórum e pela Assembléia, e atendem aos mais variados segmentos da modalidade, incluindo projetos de cunho social.

9. Vou continuar fazendo o melhor que posso pelo Atletismo. Criamos um mecanismo muito interessante na CBAt, que é o Fórum Atletismo do Brasil, no qual atletas, treinadores e dirigentes de Federações e Clubes (cerca de 200 pessoas) decidem como proceder sobre critérios e Programas, por meio de votação eletrônica. Quaisquer sugestões são levadas à apreciação desse Colegiado, discutidas e decididas. Penso que é o processo mais democrático e parece que isso incomoda a alguns. Estou à espera de novas propostas para submetê-las ao Fórum.

Roberto Gesta de Melo